Primeiro, a euforia

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Depois o pavor, o medo da insanidade...
Por fim, a sobriedade.
Minha consciência, minha droga.


Insônia

A insônia me faz ver coisas que não vejo quando estou normal.
Me sinto uma pilha, com extremos bipolares.
Penso que tudo está bem. Tento dormir. Sinto-me feliz. Ligo a luz. Minha primeira inspiração. Primeira ilusão.


Deito novamente. Me afundo. Meus pensamentos se perdem por vertentes que beiram a insanidade. Controlo-me para não gritar. Sei que não vou dormir. Sei que estou só, mas não me sinto só. A pior parte, a maior parte. Sem inspiração, sem luz. É horrível estar sozinha quando não se quer estar sozinha. Me concentro na música. Não é o suficiente. Tento orar, me perco. 

Mas de repente, tudo parece normal... a noite, o quarto, a solidão. É ela novamente, minha consciência tomando consciência de si.
Ligo a luz, segunda inspiração. É terrível escrever sobre algo que não se tem domínio. Como dominar a mente...? Como desligá-la?

A insônia só me serve para mostrar quem domina quem. Mesmo com energia física, essa energia maior me esgota. Desisto. Não haverá sonhos essa noite. Só pesadelos reais.


Minha consciência, minha droga.