Odeio.

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(01/06/2010).

Odeio quando você me abandona. Odiei quando disse que ia embora... me senti desfalcada, sem meu braço direito. Sem minha irmã, minha alma gêmea que tanto procurava. Como um pirata que acha e é obrigado a abandonar seu tesouro no fundo do mar.

Odeio quando me troca, quando finge não se importar com a minha presença; odeio quando sai do meu grupo, quando te perco de vistas.

Odeio quando me apressa, e fica me dizendo as horas de minuto em minuto. Odeio quando diz que só te atraso.

Odeio quando grita comigo e me força admitir que tem razão. Odeio quando me faz pensar que é minha mãe.

Odeio quando queima o molho branco, e depois me olha com ar de superioridade ao me ver raspando a panela.

Odeio perceber como me vinculei a você, como não gosto de não ter sempre o seu olhar me apoiando, ou me repreendendo – até porque, nada precisa ser dito, lemos nossos olhos.

Mas o que mais odeio, é não conseguir odiar nada, mas nada disso que tanto me tira do sério.
Percebo, no fim, que isso só pode ser amor, companheirismo, amizade, sinceridade, lealdade. São muitos os elementos que constituem esse laço que criados – que nunca quero desatar, e que vai além das contas sanguíneas – e então, não preciso pensar muito para chegar à conclusão de que tudo isso gira em torno de uma única proposição. Uma verdade necessária: eu te amo, irmã.

(16/06/2011)
Ainda amo.