Concepção Cultural

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Como tudo no mundo, a cultura também sofreu alterações, seu conceito pode até ter permanecido o mesmo, mas seu projeto material, na prática, se tornou algo muito subjetivo. A cultura não é mais aquilo que caracteriza uma região ou uma marca de um artista, praticamente se tornou o exótico, algo que seja diferente e que chame atenção, para que seja uma exposição.

Alguns artistas que estão apostando em uma arte pós-modernista, neo-expressionista, ou até pós-surrealista não estão cumprindo o real objetivo da arte como cultura, pois esse tipo de "arte" não está levando uma informação que chegue a contribuir com a sociedade, não transmite a essência que demarca a força e a forma de uma arte com algum fundamento tradicional.



Os materiais usados são os mais toscos possíveis, que se resumem em apenas bens materiais com fins lucrativos. Matéria-prima barata, mínima mão-de-obra, e acabam levando um retorno que seria digno como se fosse uma arte original e objetiva. A distorção de conceitos se transformou na banalidade com que as coisas são vistas, não são mais apreciadas e qualquer material/produto já se torna sinônimo de cultura. 

Mas será essa a evolução da arte? Afinal, o que é, realmente, Cultura? Seria quadros pintados há séculos valendo milhões? No final das contas - porque há contas - pode-se comprar Cultura?
Cultura é muito mais do que vemos, é o que somos. Tudo aquilo que constitui nosso corpo e que não é genético.



Quem somos para julgar o que é Cultura? Talvez, para esses "artistas", isso que eles fazem é arte. É a sua cultura, não importa se com fins lucrativos ou não. Tudo que você faz, até indiretamente, não é também uma apelação ao capitalismo? De que adianta o livre-arbítrio se não podemos nem fazer o que queremos sem sermos julgados pela sociedade?




Por: bárbara rocha

Força de Vontade

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Força na vontade. Aquela sensação que dói o coração, que causa frio na barriga, que te faz sorrir de medo do desconhecido. Te faz olhar para o futuro, sem saber o que esperar. Saber apenas esperar. Mas nós sabemos o que queremos.


É a força de vontade que move as pessoas, que move o mundo. A determinação perante as opções. A escolha no escuro que você não pode se enganar. Essa força, essa vontade que nos direciona, que situa nosso corpo. Mas fazemos quase que automaticamente essas escolhas, sem entender que cada esquina virada, cada sorriso, cada movimento pode mudar todo o curso das coisas. Mas será que já assim estava planejado?
Qual a graça de viver a vida sem surpresas e escolhas? Se tanto faz o que façamos, tudo já estava programado, de que adianta o menu da vida?

Não acredito em pré-destinação.



O que sinto na pele, a veda nos olhos que não quero tirar para ver o futuro, o medo do passo em falso não podem ser em vão. Não são. A força de vontade que me move faz-me sentir o âmago, a essência da minha existência.

Com certeza você já sentiu algo parecido, sentimentos que não sabemos explicar. Não é uma simples empolgação, não é ansiedade. É mais. É mais do que a racionalidade pode explicar.

Seria esse o sentido da felicidade? Momentos de felicidade são tão raros, tão simples...

Pessoas que não sentem isso, ainda não sentiram a vida em suas vidas.

Especialista em Generalidades

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Você com certeza já escutou esse termo. Muitas pessoas classificam os jornalistas como um Especialista em generalidades. Será que essa está sendo uma boa rotulação para essa profissão?

O mal do século, com certeza é o senso comum mal colocado, conceitos mal elaborados. Uma agulha hipodérmica aplicada erroneamente na veia. Não há nada pior do que unanimidade, pensamentos iguais que não são pensados. Esse conhecimento que é apenas transferido, como uma informação de computador, não se pode chamar de opinião. Conhecimento é aquele que é apreendido e que você tem uma base firme para julgar e raciocinar algo que realmente é seu.
Jornalistas existem às pencas. Existem também aqueles jornalistas especialistas em porcarias, que vivem de chantagens, matérias compradas. Sensacionalismo. Montam um site, colocam um texto, uma foto com alguém com as vísceras de fora e acham que estão oferecendo informação para o seu infeliz leitor. Ou num jornal impresso, guerra de política, onde acha que a maior página de publicidade vai render um melhor lucro. E esses são apenas simples exemplos, das milhares de barbaridades de vemos por ai.

Isso é jornalismo? Pessoas medíocres que querem viver da nossa ignorância?


Existe o Jornalista que não é especialista em tudo, é especialista nisso, naquilo. É aquela pessoa que se especificou em algo e que não aceita ser chamado de expert em tudo. São cientistas, historiadores, críticos jornalísticos que cumprem seu papel na sociedade de passar uma informação concreta, comprovada, com um índice de confiabilidade indiscutível. Pessoas que sabem fazer Jornalismo.


E claro, existem os Jornalistas Especialistas em Generalidades, aqueles que sabem de tudo um pouco, mas não dominam nenhum assunto. E esse é o seu papel. Sabe conversar, externalizar – de preferência de forma subjetiva e imparcial – tudo que acontece e que move o mundo. É aquele que sua rotina é ditada pelo desconhecido, a dinâmica do seu dia é distribuída pela surpresa. E são para esses que eu empresto meu papel e caneta, porque sei que dali sairá algo que terei gosto de ler.


Como já dizia nosso amigo intelectual Karl Kraus sobre o jornalista:

“A imagem de que um jornalista escreve tão bem sobre uma nova ópera como sobre um novo regulamento parlamentar tem algo de acabrunhante. Seguramente, ele também poderia ensinar um bacteriologista, um astrônomo e até mesmo um padre. E se viesse a encontrar um especialista em matemática superior, lhe provaria que se sente em casa numa matemática ainda mais superior.”

Por: bárbara rocha

Emancipação

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Sair de casa, morar com outras pessoas, nem sempre é sinônimo de liberdade. Principalmente para filhos únicos. Aguentar bagunças, manias, ser acordado de madrugada para nada, acende-apaga luz, abre gaveta, bate porta, e olha você acordado de novo às 03h00min da matina. É fácil ser amigo e conviver com eles no carnaval, no acampamento, viradas de ano, mas todo dia... Tem que ir com calma, porque o santo é de barro.


Se você é louco para sair de casa, morar com os amigos, para estudar, seja o que for, pode ter certeza que você terá momentos inesquecíveis em todos os sentidos. Tem horas que terá vontade de colocá-lo no colo por ele ter sido um macaco gordo e quebrado o galho, e terá momentos que a vontade é de empurrá-lo da árvore.



Sinceramente, nunca tive muita vontade de sair de casa, mas tive que fazê-lo. E minha vontade às vezes, é de pedir arrego. Mas não posso, já tenho uma vida aqui que não posso abandonar. Então, o importante é contar até 25, botar um sorriso na cara, ou não, e tentar não esgoelar ninguém. Afinal, quem não tem um bom e velho amigo de faculdade? Para depois reviver tudo que já passaram juntos, os sufocos, as malinesas, histórias de um tempo bom. Tudo que já gerou raiva, nesse momento é substituído por tudo que te fez ‘rachar’ de rir.

Amizade é isso, saber aturar de bom agrado aquelas pessoas que você conheceu ao longo da sua vida, e antes perceba, ela já fazia parte de você, da sua geladeira, da sua casa, da sua mãe, do seu coração.


Não me admira o porquê dessa inspiração. Amanhã (hoje) terei um longo dia, afinal começou bem cedo, e olha que nem foi escolha minha.





Por : bárbara rocha

TPM Coletiva

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Não é impossível, mas também não é a coisa mais fácil do mundo conviver em coletividade - meu sonho de ir morar em Cuba e viver no comunismo acaba de findar-se... CADÊ O LEITE QUE COLOQUEI NA GELADEIRA? PQP. - ainda mais quando se é filha única, acostumada com todo espaço do mundo, hoje me conformo com a cama de cima do beliche. Não reclamo, dou-me por satisfeita.


Muito contato, conversa, intimidade, amizade. E... estudos científicos afirmam que quando há muita proximidade feminina, seus hormônios se equiparam e seus ciclos menstruais ficam equivalentes. Conclusão: TPM coletiva = ataque de nervos coletiva = destruição, dizimação, extinção em massa de qualquer um que tente se aproximar. Nem o monge, nem o padre, nem o Jesus Luz escaparia do linchamento.






Quando estiver andando pelas ruas e escutar gritos e começar a ver cenas do filme "Guerra dos Mundos" em tamanho real, não se assuste, apenas corra, pois são as meigas meninas da Pensão da Tia Rosa passando por um momento de reflexão. Só não tente se aproximar para uma reflexão coletiva.









Imagens:
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Acessado em: 19/04/10.

Formalidades

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Me apresento como Bárbara, acadêmica de jornalismo.
Todo o conceito que eu tinha de 'meu mundo', toda teoria de certeza e veracidade, cairam por terra. Como uma bomba de Hiroshima na minha cabeça. Ou pior. Nunca fui muito adepta de mudanças. Enfim, minha vida foi reconstruída, até mais rápido do que imaginava.
Aqui estou, Cachoeira-BA, cidade histórica. Estudo na UFRB, caloura. Nem tanto, onde morava também cursava jornalismo em uma particular, mas resolvi começar de novo aqui. Não apago esse momento, até porque se apagar, me f..., não me daria muito bem em filosofia e sociologia...
Moro em uma pensão. Com mais 10 ninfetas... e UM banheiro. Cada uma demora 1h. Façamos os cálculos... quase 50% do dia o humilde cômodo estará certamente ocupado. Pegue sua ficha. (e não demore!).